quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Felizes para sempre ou não?


Todo mundo conhece contos infantis que terminam com "e viveram felizes para sempre". Mas e se não for assim que aconteceu?

Eu já sabia que a Disney e outras companias modificaram as histórias originais, transformando em um conto de fadas que alegre a todos, convencendo-os a consumir praticamente tudo sobre uma personagem.

Meu primeiro contato com tal acontecimento foi com a "Pequena Sereia". Acostumada com a história de Ariel fiquei abismida quando li em um livro a história em que a pequena princesinha não ficava com o principe. Era pequena então ignorei. Não exatamente porque, mas sempre gostei do lado mais macabro das coisas, por assim dizer. É como se assim o verdadeiro interior fosse mostrado.



Então foi uma grande felicidade minha quando ano passado, em plena aula de história, o meu professor do pré-vestibular contou três contos que fizeram meus olhos brilhar. Talvez porque eu achava ele um ótimo professor e entendia as coisas com ele, ou talvez foi a maneira dele falar e articular que me envolveu. Mas eu ainda lembro como se fosse ontem.

A primeira que ele contou foi a da Chapeuzinho e que particulamente gostei mais.
Naquela época, as histórias não tinham algo bom para se inspirarem, ou seja, se inspiravam em algo rotineiro. Que na idade média era apenas caos, distruição, pobreza, fome extrema, ratos para todo lado e coisas assim.
A versão da Disney é aquela coisa bonita. Tinha uma menininha levando doces para avó, que foi comida por um lobo e é slava pelo caçador e sai da barriga dele sem que nada acontecesse!

Porém, a versão original do francês Charles Perrault não é tão bonita. Nessa versão, chapeuzinho é uma garotinha bem educada que recebe falsas instruções quando pergunta ao lobo sobre o caminho até a casa da vovó. No fim, ela é simplesmente devorada pelo lobo. Só isso, e a história acaba. Não há caçador e nem vovozinha, apenas um lobo gordo e a Chapeuzinho Vermelho morta. A moral da história é que não se deve falar com estranhos. Pelo menos essa tem uma moral, diferente de outras como Alice, mas isso é outra história.

A versão que eu mais gosto é a seguinte.
"A mãe vira para sua filha e fala:
- filha querida, porfavor leve essa cesta para sua avó! tenha cuidado e vá com cuidado!
A filha querida vai saltitante e no caminho encontra um lobo.
- o que tem nessa cesta?
- essa cesta é para minha vovózinha. não para nenhum lobo.
E achando estar fazendo a coisa certa Chapeuzinho segue a trilha que o lobo lhe indicou.
Mas o lobo consegue chegar antes na casa da vovó.
Ele mata, pica a vovózinha e coloca os pedaços em um prato e coloca o sangue em um copo.
E então ele pega as roupas da vovó e se veste.
Chapeuzinho chega cansada, e ve em cima da mesa o que parecem ser comida. Ela come e bebe o que o bolo havia deixado.
Um passarinho pousa na janela e fala:
- menina má! menina má! comeu sua vovózinha!
Chapeuzinho tira o tamanco e esmaga o passarinho.
- Minha querida netinha venha aqui para eu lhe ver melhor.
E quando chapeuzinho chega o lobo a abocanha"
Fim.

É tão simples, tão real. Adoro.
É claro que meu ex-professor conta muito melhor do que isso.

O outro que me lembro dele, no palco da sala de pré-vestibular contando animadamente enquanto os rostos ficavam sérios e sem reação foi da "Bela Adormecida".
Que para nós ela furou o dedo numa roca, caiu em um sono profundo e foi despertada pelo beijo do principe que era seu verdadeiro amor.

Contudo, o conto original não é tão doce. Nele, a jovem garota adormece por causa de uma profecia, não de uma maldição; e não é o beijo do príncipe que a desperta: o rei a vê dormindo e, querendo se divertir, a estupra. Depois de nove meses, nascem duas crianças (e ela continua dormindo). Uma das crianças chupa o dedo da mãe, retirando a peça de linho que fazia ela dormir. A princesa acorda para saber que foi estuprada e é mãe de gêmeos. Fim.

O que ele contou não é tão diferente.
A única diferença, é que a princesa havia sido estrupada por um ocro e no caso da história a gestação dos ogros duraria 100 anos. Ela acorda quando dá a luz, com seus filhos tentando mamar e comendo seu peito. E ela morre. fim.

Teve apenas uma que ele contou, numa quarta-feira, segundo tempo de aula.
"O Flautista de Bremen", muitos não conhecem ou conhecem de relance. Mas depois do "Shrek 4" acho que ele ficou mais conhecido.

Na história original eu não lembro como termina mas sei que ambas começam da mesma foram.
A cidade estava sendo infestada por ratos e não tinha nada que pudessem fazer. Então o rei promete muito ouro a quem conseguir se livrar dos ratos. Nessa hora chega o flautista com sua flauta mágica, dã, e encanta os ratos e durante a noite os leva embora. No dia seguinte ele chega querendo reclamar a sua recompensa mas dizem que como os ratos sumiram não precisam mais pagar a ele. Revoltado ele volta na mesma noite, toca uma melodia e encanta as crianças ad cidade. Ao invez de só leva-las para longe ele as faz cair de um precipicio. Só isso.


Simples assim.
Ta vendo, tão mais realistas. Tão melhores <33
Adoro.
Depois faço uma junção com todas as fotos das princesas macabras e atualmente. -rs
Qual é melhor, as versões da Disney regadas com a irrealidade ou essas altamente reais? :D

4 comentários:

  1. eu ja conheci tudo isso.. mas a minha versão do flautista é que ele fazia as crianças irem para um rio.. e elas morrem afogadas. FIM.
    eu acho o afogadas mais feliz heim.. morrer afogado é muito masi tragico que caindo de um precipicio XD
    mas enfim...

    ResponderExcluir
  2. muito reais elas não são não... (afinal, o lobo ainda fala, a muié pariu dormindo... falta realidade, ne) - MAS de fato fazem infinitamente mais sentido do que "desobedeça a sua mãe pq o caçador te salva no final"

    e a graça de Alice está em NÃO ter moral - é um jogo de semântica e, o melhor de tudo, temos acesso ao original (não dependemos de versões se não quisermos, ne)

    ResponderExcluir
  3. fala sério, Charles Perrault só as transcreveu,ele não é o autor delas,essas histórias eram contos orais XD e outra, quem mudou totalmente o final das histórias foram os Irmãos Grimm,pois eles achavam esses contos muito macabros para o público infantil .
    Essas histórias eram assim, não só pela miséria ou pq tinham ratos na idade média,eram histórias contadas de geração em geração.Tendo em vista que a idade média ,era a era da fé,não havia separação da fé e da razão,todas as conquistas do ser humano não eram terrenas,eram voltadas ao reino celestial,o paraíso,era uma fé voltada somente a Deus(não que não existissem ateus na época,mas digo no geral).
    E hj em dia já vi gente falando q esses contos continham cunho erótico(acho um absurdo),mas dá pra perceber isso até na história da chapeuzinho vermelho,em que ela despi-se e deita na cama da suposta avó.
    Mas uma coisa eu concordo com vc,adoro esses contos *O*,os tenho aqui em casa,são fascinantes,recomendo a todos q desejam uma boa leitura.Todos estão de saco cheio daquele final feliz ,q todo mundo incluí nos contos "infantis".

    ResponderExcluir

Diga sua opinião <3

Veja também